quinta-feira, 15 de maio de 2008

Que é isso, companheiro?!

Acostumados a nos encontrar entre matérias, nós estudantes de jornalismo sempre nos perguntamos, como nos transformarmos em JORNALISTA, no sentido ético, puro e real da palavra.

O senador Antônio Carlos Magalhães disse certa vez: “existem só dois tipos de jornalistas: os que gostam de dinheiro e os que gostam de informação. Nunca se deve dar dinheiro aos que querem informação. E nem informação aos que querem dinheiro”...

Qual das opções escolher? Para que caminho estão nos guiando? Estamos preparados para esse desafio?

Hoje, afoitos por um lugar ao sol, muitos alunos se lançam ao desafio das redações nos chamados estágios.

Enchem o peito de orgulho ao adentrarem aos jornais e verem suas matérias publicadas no dia seguinte.

Jornalismo é uma profissão construída sobre o permear da decência, no amparo da ética e da moral.

Ser jornalista é muito mais do que simplesmente ter impresso em tablóides ou folhetins, relatos das ações do dia-a-dia de uma sociedade.

Bob Woodward, famoso jornalista do caso Watergate, diz que a função do jornalista é exercer a melhor versão da verdade possível de se obter.

Ao analisar nossas edições diárias, vejo com certo receio como são tratados esses “aprendizes de foca” - jovens lançados sem experiência em um manipulado mundo de interesses político-comerciais.

Muitas vezes em troca da mensalidade, esses jovens aprendizes são aliciados a exercerem cargas horárias superiores a de jornalista formado que não pode ultrapassar a cinco horas diárias determinado pelos sindicatos da categoria e pela Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ).

Aos veteranos, supostamente co-responsáveis na formação desses futuros profissionais, o comodismo ou interesses próprios são como vendas sobre os olhos, deixando a moralidade e o respeito ao profissional em formação sempre em segundo plano.

Por não conhecer seus direitos, ética e seus deveres esses jovens alunos partem para um mundo fantasioso sonhando com a fama e o sucesso.

Jornalismo é sacerdócio, ser jornalista é ter a consciência de não ter como mudar o mundo ou uma sociedade, mas exercer o direito à informação verdadeira na melhor versão da verdade possível de se obter.

Mas essa maturidade não será conquistada nos bancos universitários, tão pouco na labuta insana dos veículos de comunicação. Há que haver união de idéias, a busca por novos ideais e campanhas e isso só se faz em associações. Por que é da indagação que surgem as respostas... e aí sim, poderemos – nós, um dia focas – também questionar: “Que é isso, companheiro?”

Por: Aloisio Di Donato

4º Periodo Comunicação Social - FAFIC


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