segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Polarização, uma necessidade midiática de promover a união entre o óbvio e o improvável

Campos dos Goytacazes vive a entrada do que chamamos ‘inferno astral’. Mazelas ocorridas em um governo de desmandos colocaram as opções nessas eleições em pontos distintos.
O que antes era chamado de terceira via, surge para confundir cada vez mais o eleitor que, por sua vez, é convidado a acreditar nas necessidades da mídia ao criar o termo “Polarização”.
O mercado da informação, até para preservar seu crescimento financeiro, assume posições de transformação do leitor- eleitor em massa de manobra, e assim como gado em matadouro, nos conduz ao abate.
As opções são claras. Temos seis candidatos, dos quais quatro com cultura suficiente para fazer uma boa administração, dois - não gostaria de comentar por não conhecê-los mais profundamente.
Entre os quatro, um é acusado de desviar milhões para o exterior, o outro tem escândalos inigualáveis. Nos restam dois candidatos: um acusado de receber R$30 mil de gorjeta, pela indicação na compra de ambulância, e um sem história de administração pública.
Nesse emaranhado jogo de novelo de lã e gatos, os senhores feudais, donos dos folhetins diários se aprofundam em dicionários, e - com ajuda Aureliana - manipulam informações visando o interesse comum “de seu grupo”, desrespeitando um princípio básico do jornalismo que é a ética, a imparcialidade e o compromisso com a verdade, perante a informação e o leitor.
Para tirar Campos desse mar de lama, não é só sabermos em quem votar, é preciso saber acabar com o monopólio da mídia impressa, que se vende (e caro!), às iguarias e benesses que o poder público pode promover.
Polarização em uma cidade com mais de 300 mil eleitores, e seis candidatos é dizer que a maioria da população é imbecil, sem consciência e burra por não saber escolher seu prefeito.
O termo POLARIZAÇÃO nada te a ver com política, muito menos com a atual situação de Campos.
Entendendo que polarização é uma medida da variação do vetor do campo elétrico dessas ondas com o decorrer do tempo. E, sendo uma polarização linear ( com as mesmas características) diríamos que A e B são a mesma coisa, pois neste caso a força das duas componentes é sempre igual ou proporcional a uma constante, daí que a direção do vetor do campo elétrico (o vetor que resulta da soma destas duas componentes) irá sempre redundar num segmento de reta no plano, portanto as candidaturas POLARIZADAS são a mesma coisa, sem diferença para o eleitor que quer mudança.
Agora, considere outro caso especial onde as duas componentes ortogonais têm exatamente a mesma amplitude que é de 90º em fase. Neste caso uma componente é igual a zero quando a outra componente está na amplitude máxima (ou mínima). Neste caso especial, o vetor do campo elétrico no plano formado pela soma dos dois componentes vai rodar num círculo. Chamamos a este caso especial de polarização circular.
Se é circular, retorna ao mesmo ponto, e um tem que estar zero enquanto o outro tem que estar no máximo para que ocorra o giro.
Se a mídia diz que as candidaturas de Arnaldo e Rosinha estão polarizadas, então poderemos entender que se a polarização for linear, eles são a mesma coisa, sem diferença; se for umas polarizações circulares ficarão rodando no mesmo lugar, sem projeção.
Se quisermos mudança nesse quadro político teremos que mudar a mídia. Porque a mídia, digo os jornais locais, vendem os dois como diferentes? Qual o interesse em ‘Polarizar’ uma candidatura?
Restam-nos, então dois candidatos para analisarmos: o efeito Odete, ou Paulo Feijó.
Teria Odete força para suportar a pressão e governar Campos? Vice de Mackoul na eleição passada, conta com o apoio do petista na construção de seu plano de governo. Mas o PT não é aliado do PDT de Arnaldo e indicou o vice, Hélio Anomal?
Teria Feijó força para superar a rejeição imposta pela mídia local? Ou desmentir que está acordado com Garotinho?
A seguir, cenas dos próximos capítulos... Enquanto isso, vou ao Atacadão Saara me acotovelar junto aos menos desprovidos de opções.
Ou trocamos de jornais, ou morremos na M...
Mas dia 5, aperte os números e confirme.

Aloisio Di Donato